ROGÉRIO MATIVE
Em 27/10/2020 às 10:52
Após permanecer inativa por décadas, a antiga estação foi reformada em 2010, com custo de R$ 500 mil
(Foto: ROGÉRIO MATIVE)
Um dos prédios mais antigos de Presidente Prudente está abandonado há 10 meses. Com a promessa de realizar obras de manutenção estrutural no início do ano, a Prefeitura desistiu de manter a sede do Procon na antiga estação ferroviária, ao lado da Praça da Bandeira, local que marca o início da história da capital do Oeste Paulista.
Após permanecer inativa por décadas, a antiga estação foi reformada em 2010, com custo de R$ 500 mil aos cofres públicos, durante a gestão do ex-prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã). Antes, a concessionária Rumo já tinha investido R$ 160 mil na recuperação do local.
Para abrigar a sede do Procon, foram realizadas obras para criação de duas salas de audiência, uma sala de atendimento ao público, sala de reunião, sala de coordenação, sala de espera, sala de arquivo, banheiros (incluindo dois para portadores de necessidades especiais), copa, além de área de serviços. O espaço também sediava o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) e a Casa do Artesão.
O prédio de 1.186,74 metros quadrados foi entregue à administração municipal em regime de comodato, inicialmente por 10 anos, com interveniência do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), atual proprietário.
Reforma que não saiu do papel
Anunciada em janeiro deste ano, a reforma estrutural não foi efetivada pela Prefeitura. A justificativa para abrir mão da obra é da existência de "um problema sério de infiltração".
"No prédio da antiga Estação Ferroviária havia um problema sério de infiltração. Em situações de chuva, chovia muito na parte interna do espaço, o que estava prejudicando até mesmo o armazenamento dos processos. A mudança do órgão ao Matarazzo foi até mesmo para a segurança dos funcionários, bem-estar da população e armazenamento seguro dos processos", alega a Prefeitura.
Um outro argumento utilizado é de que a Prefeitura precisaria de autorização da Rumo Malha Central S.A. "O prédio da antiga Estação Ferroviária é de responsabilidade da Rumo Malha Central S.A. e também é um patrimônio tombado. Diante disso, a Prefeitura, que atuava no local com o Procon, precisa de permissão da empresa para que sejam realizadas obras no espaço que não afetem as características originais do prédio, o que requer um processo administrativo", diz.
Porém, cabe ressaltar que o prédio da antiga estação ferroviária não sofreu processo de tombamento apesar da sua importância histórica para a cidade.
Atualmente, apenas o antigo Matadouro, que abriga o Museu Municipal; o prédio da extinta Indústria Matarazzo, atual Centro Cultural; o prédio do antigo Instituto Brasileiro do Café, transformado em Centro de Eventos (IBC); um bebedouro para animais entre o início do Viaduto Tannel Abudd e a Avenida Washington Luís; além de um sítio paleontológico localizado entre os bairros São João e Girassóis, chaminé e o galpão que restaram da termoelétrica da extinta Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro S/A (Sanbra), na Vila Furquim; e, por último, um vagão de trem que foi levado recentemente para o Museu são tombados.
Aponta estudo
Por fim, a Prefeitura afirma que há um estudo para transferir o Procon para o Atende Prudente, que ainda está em construção. "Além disso, há um estudo também para analisar a possibilidade de o Procon atuar no Atende Prudente", finaliza.
A reforma do Procon e a construção do Atende Prudente estão na lista das 10 obras paradas ou com graves atrasos na execução elencadas em levantamento exclusivo realizado pelo Portal, no início deste mês.
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