Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Prudente tem 10 obras públicas paradas ou com atrasos; duas não saíram do papel

ROGÉRIO MATIVE

Em 01/10/2020 às 17:23

Em Prudente, três escolas estão com obras paradas ou em atraso

(Foto: Rogério Mative/Portal)

Nas campanhas eleitorais, o principal discurso é de que muita coisa pode ser feita em quatro anos. Em Presidente Prudente, o cenário mostra uma realidade totalmente diferente da defendida em época de eleição. Atualmente, a cidade sofre com a paralisação ou atrasos em 10 obras públicas. Duas, apesar de anunciadas, nem saíram do papel, conforme levantamento exclusivo realizado pelo Portal.

Nesta semana, a reportagem percorreu vários bairros da cidade que devem abrigar equipamentos públicos. Em muitos casos, as obras não serão finalizadas este ano e, desta forma, ficando a responsabilidade para o próximo gestor que assumir a Prefeitura em 2021.

Apenas alicerce

É caso do Polo Digital HUB 018. Com obra iniciada no dia 2 de março, os trabalhos deveriam ser encerrados até o início de novembro. Contudo, quem passa pela Avenida Salim Farah Maluf consegue enxergar apenas o alicerce pronto, sem movimentação de operários. 

Foto: Rogério Mative/Portal

O empreendimento, que servirá como incubadora de empresas de tecnologia - apesar de o município já contar com a Fundação Inova Prudente -, tem a construtora Spalla Engenharia como responsável. O custo é de R$ 4,4 milhões.

No Conjunto João Domingos Netto, bairro mais populoso de Prudente, duas escolas são erguidas. Mas, os pais com filhos pequenos que dependem do ensino municipal precisarão de paciência: as duas obras não ultrapassaram os 60% de conclusão.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Seduc), os atrasos ocorrem por atrasos no repasse de verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Atualmente, a escola de ensino fundamental está com 59,89% dos trabalhos realizados. 

Foto: Rogério Mative/Portal

Com início em outubro de 2019, a unidade deveria ter sido entregue em agosto passado. No local, não há movimentação de funcionários da Encotel Engenharia. Recentemente, o contrato de R$ 1.041.392,58 foi prorrogado até maio de 2021.

Já a creche municipal, localizada a poucos quarteirões dali, atingiu 49,22% de conclusão. Lá, poucos funcionários são vistos, porém, o lixo descartado irregularmente nas imediações toma conta da paisagem.

Foto: Rogério Mative/Portal

A empresa responsável pelo serviço é a Construtora Guimarães Carvalho, que receberá R$ 1.891.141,18. O início da obra foi em julho do ano passado, com término fixado até maio deste ano. O contrato foi prorrogado até 27 de novembro.

Do outro lado da cidade, na zona leste, uma unidade escolar no Jardim Santa Mônica segue com os trabalhos paralisados há dois anos e quatro meses após a Constrinvest Construtora ingressar com pedido de rescisão contratual alegando atraso na liberação de recursos. Após três licitações, não houve empresa interessada em tocar o projeto.

Foto: Rogério Mative/Portal

O mesmo ocorre com a construção de quadra poliesportiva na Escola Municipal José Carlos João, Vila Industrial. Por lá, os trabalhos foram parados há dois anos e cinco meses após rescisão contratual solicitada pela Beton Engenharia Eireli.

Na reta final

Depois de seguidos atrasos, o Centro de Iniciação do Esporte (CIE) do Residencial Cremonesi deve, enfim, ser entregue até o fim do ano. No local, os funcionários da Construtora Guimarães Carvalho estão na etapa final dos trabalhos.

Foto: Rogério Mative/Portal

Com custo de R$ 2.880.613,10, a obra teve início em junho de 2017 e deveria ter sido entregue em abril do ano passado. Recentemente, foi realizado um aditivo no contrato de R$ 323.523,40.

Incógnitas

Duas obras são prometidas para o fim do ano. Contudo, o Atende Prudente - localizado na Vila Marcondes - e o Camelódromo da Praça da Bandeira seguem com os trabalhos em marcha lenta.

Iniciado em dezembro do ano passado, o Atende Prudente deveria ter sido entregue em agosto. Mas, a Prefeitura modificou o cronograma empurrando a finalização do serviço para novembro. 

Foto: Rogério Mative/Portal

Recentemente, a Promotoria de Justiça acionou a Prefeitura para explicar irregularidades na obra, com parte do prédio avançando a calçada. O custo é de R$ 3. 552.152,34, sendo a Spalla Engenharia também responsável pelo serviço.

A Spalla também comanda a reforma do Camelódromo da Praça da Bandeira. Por lá, o atraso foi motivado pela necessidade de novos boxes - o que foi percebido apenas com o início da obra. Atualmente, a Prefeitura realiza a licitação para a contratação da empresa que realizará a construção dos espaços que serão ocupados pelos comerciantes.

Foto: M2 Comunicação

O Camelódromo deveria ter sido entregue em agosto. Mas, o contrato foi prorrogado até novembro. O valor também teve aumento: de R$ 2.956.042,05, a obra custará aos cofres públicos exatos R$ 4.536.975,40.

Abrigo de Animais

Sonho antigo de diversas entidades sem fins lucrativos, o Abrigo Municipal de Animais também segue em ritmo lento. A última atualização da Prefeitura foi em junho, quando anunciou o andamento do processo de licitação para a retomada das obras. 

No local, estão prontas as estruturas das instalações administrativas e clínicas, como consultórios, salas de banho e tosa, esterilização, paramentação, internação e centro cirúrgico, além da lavanderia, cozinha, depósito e instalação para o plantonista. 

Foto: Arquivo/Secom/Junho de 2020

A nova empresa terá de efetuar a construção do barracão que abrigará as baias e um depósito para ração, além do acabamento nas estruturas já construídas e o os trabalhos de paisagismo.
Depois de pronto, o espaço deverá acolher até 500 animais, entre cães e gatos. O prazo para a finalização dos trabalhos, na época, era de seis meses. 

Reforma que ninguém vê

Anunciada em janeiro, a reforma do prédio da antiga estação ferroviária que abriga, atualmente, o Procon, segue parada. O órgão atende de forma provisória no Centro Cultural Matarazzo.

No local, seriam realizadas obras de manutenção. Porém, o prédio segue fechado após 10 meses, sem movimentação de funcionários. A fachada continua marcada com pichações e longe de receber reparos na pintura.

Foto: Rogério Mative/Portal

Só no papel

Por último, duas obras que foram anunciadas, mas não foram implementadas. Na Vila Marcondes, foi implantado um parque ecológico no antigo lixão ainda em 2017. Contudo, como já denunciou o Portal, o espaço que deveria contar com áreas para a prática de esportes e entretenimento, além de iluminação em toda a sua extensão, pista para caminhada e cercamento, segue esquecido

Foto: Rogério Mative/Portal

Apesar de ser um parque ecológico, recebeu o plantio de apenas 550 mudas de árvores, sendo que boa parte morreu por falta de manutenção.

Em 2015, o Ministério das Cidades liberou verba de R$ 5 milhões para a implantação de uma ciclovia ao lado dos trilhos da linha férrea. As obras deveriam ser licitadas em até 90 dias.

Parte do Programa de Mobilidade Urbana, o projeto previa 12 quilômetros de ciclovia com iluminação e pista de caminhada. A última tentativa para efetivar a obra foi em 2017, quando a Prefeitura protocolou novo pedido à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a liberação de área em torno dos trilhos. A ideia era integrar o Centro com a Vila Marcondes.

Foto: Rogério Mative/Portal

Sem resposta

O Portal cobrou, por três vezes, informações da Prefeitura em relação ao andamento das obras e os motivos dos atrasos. Contudo, até o fechamento desta matéria, não recebeu retorno.
 

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