Apesar de ajuda, Prudente Urbano quer audiência; Prefeitura cobra medidas
ROGÉRIO MATIVE
Em 25/05/2021 às 16:29
Transporte coletivo pode parar nos próximos dias; funcionários reclamam de novo atraso em pagamentos
(Foto: Arquivo/Sérgio Borges)
A interminável novela envolvendo o transporte coletivo prudentino deve ganhar novos capítulos nos próximos dias. Após novo atraso no pagamento de benefícios, funcionários da Prudente Urbano articulam cruzar os braços. Pressionada pela Prefeitura a tomar providências, a empresa alega possuir "atuação limitada" e pede audiência pública.
No mês passado, a Prefeitura de Presidente Prudente contratou a concessionária para o transporte de alunos por R$ 1,6 milhão. Foi o segundo 'socorro' este ano, que deveria evitar possíveis greves de funcionários por, pelo menos, 60 dias.
Contudo, o Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Prudente e Região revela que o adiantamento salarial e vale-alimentação não foram pagos até o momento. Os benefícios venceram no dia 20. A situação que se repete constantemente ao longo dos últimos anos tem "irritado" os trabalhadores, segundo a entidade.
"Nesse momento, a paralisação será por conta do ticket-alimentação, que venceu no dia 20, e também o adiantamento salarial que vence na mesma data. Até agora, nada foi pago, sendo que todo mês é essa situação, o que provoca revolta dos funcionários", diz o sindicato.
Porém, alguns trabalhadores ainda não receberam as férias parceladas no ano passado. "Ainda existe, desde o ano passado, alguns valores atrasados com alguns funcionários. Muita gente não recebeu o parcelamento de férias que fez em acordo com a empresa, em novembro e dezembro. Mas, essa não é a nossa briga principal, pois foi um acordo sem a participação do sindicato, quando a categoria decidiu paralisar por conta própria", revela.
"Se o sindicato não tomar a posição de paralisar, alguns devem fazer por conta própria tamanha a revolta", avisa a entidade.
Cobra providências
Comunicada pelo sindicato, a Prefeitura afirma que acionou a concessionária "imediatamente" para que tome providências para evitar nova paralisação do serviço na cidade. "A empresa se comprometeu a dialogar com o sindicato e encontrar alternativas que atendam aos interesses de ambas as partes, priorizando a manutenção do transporte coletivo aos cidadãos", diz, em nota enviada ao Portal.
Recentemente, a Prefeitura liberou a contratação emergencial de vans visando suprir eventuais falhas na prestação de serviço. "A interrupção da prestação do serviço de transporte público configurará falta contratual e ensejará a abertura de processo administrativo para imposição de penalidades", avisou, na ocasião.
Quer discutir assunto em audiência
Também em nota, a Prudente Urbano confirma que recebeu a notificação do sindicato, nessa segunda-feira (24), sobre a possível paralisação dos funcionários.
Imediatamente, pediu a realização de audiência pública. "No mesmo dia, por meio de ofício, a empresa concessionária do transporte coletivo municipal, informou o Poder Concedente solicitando ainda, com a máxima urgência, uma audiência pública com o prefeito Ed Thomas, juntamente com o Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, Sindicato dos Trabalhadores e Semob [Secretaria de Mobilidade Urbana]", pontua.
"A Prudente Urbano reforça que não tem medido esforços, mesmo ao longo dessa pandemia, porém possui atuação limitada e tem buscado, insistentemente, o Poder Público para que medidas efetivas sejam tomadas assegurando a continuidade da prestação dos serviços à comunidade, dado o caráter essencial, para que não haja prejuízos aos cidadãos prudentinos", finaliza.
No fogo cruzado
Do outro lado, passageiros que dependem do transporte coletivo seguem o calvário por falta de horários e linhas, que foram retirados durante a pandemia.
Nesta semana, a Associação de Moradores do Parque Imperial protocolou novo ofício na Prefeitura solicitando o retorno de horários existentes na Linha Maré Mansa x Jardim Itatiaia.
Segundo o presidente da entidade, Paulo Fernandes Ribeiro, "tem trabalhadores retornando a pé para casa" por falta de transporte coletivo. "Se o comércio voltou, por que a empresa não presta o serviço", questiona.
"A população quer saber como vai ficar a questão do transporte após as 19h. Muita gente trabalha até 22h, e pagar Uber anda pesando no orçamento. Muitos não têm condições e vão a pé", reclama.
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