Prefeito promete rever contratos do transporte coletivo e Ciop
ROGÉRIO MATIVE
Em 31/01/2025 às 10:17
De acordo com os números, o déficit orçamentário é de R$ 298,5 milhões
(Foto: Arquivo/Secom)
Situação financeira 'quase caótica'. É desta forma que o prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã, Republicanos) revelou os resultados do levantamento feito sobre a Prefeitura de Presidente Prudente. Atualmente, o déficit atinge quase R$ 300 milhões, equipamentos e veículos sucateados, vícios na prestação de serviços, entre outros problemas. O raio-X foi apresentado durante audiência pública na manhã desta sexta-feira (31), na Câmara Municipal.
"A situação de Prudente é quase caótica. Isso aqui não é caça às bruxas, é mostrar a realidade. Agora, nós temos que ter a humildade e mostrar nossa realidade e o que precisamos para recuperar nossa cidade fazendo contato com todos, independente de partido", disse Tupã.
De acordo com os números, o déficit orçamentário é de R$ 298,5 milhões. Do total, R$ 85 milhões são relativos a dívidas da Prudenco; R$ 10,3 milhões com servidores municipais; R$ 43,5 milhões em dívidas da gestão anterior. Até aqui, R$ 21,9 milhões foram pagos pela atual gestão.
Entre os contratos que passam por revisão, a Prefeitura fez o parcelamento com a concessionária do transporte coletivo Sou Prudente (R$ 4,9 milhões em oito vezes); dívida de R$ 11,6 milhões com Ciop (em 12 vezes); resíduos sólidos (R$ 1,1 milhão em sete vezes).
"O transporte coletivo é uma das causas do rombo. É uma prestação ruim; já começamos com a fiscalização e veremos esse contrato com lupa. Vamos cumprir nossos compromissos, mas vamos cobrar. Hoje, a prestação do serviço é uma bomba", frisou.
Tupã também apontou o desejo de rever o contrato com o Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista (Ciop) na prestação de serviços no setor da saúde. "Quais são as obrigações dos municípios, e quais as obrigações do Ciop? O Ciop é um prestador de serviços, não é uma prefeitura paralela. Tem que seguir as orientações da Prefeitura de Prudente, os fatores estão invertidos. A Prefeitura paga e não é pouco. Temos comparado outras alternativas para ver o que é melhor para a cidade, queremos um serviço prestado com qualidade", falou.
"Nós temos um prestador de serviços [exames laboratoriais] que não é de boa qualidade, com muitas reclamações. Mas a Prefeitura também não estava pagando. Como iria exigir?", complementou. Atualmente, a cidade tem 11.566 prudentinos na fila por exames, especialidades e tratamento bucal.
Frota sucateada
Segundo os números apresentados na audiência, a Prefeitura tem uma frota de 219 veículos, sendo que 105 estão quebrados e 17 sucateados. Já a Prudenco, 26 veículos quebrados e 35 sucateados de um total de 135 automóveis. "Em uma das visitas, encontramos 100 máquinas portáteis de roçagem jogadas numa sala".
"Ninguém é melhor do que ninguém. Queremos melhorar a qualidade de vida do prudentino. Vamos fazer uma grande corrente em prol da cidade. É uma soma de esforços, em elaboração de projetos para captar recursos. É ter criatividade. Infelizmente, teremos que fazer escolhas, talvez adiar construções e manter projetos de entidades. Precisaremos queimar menos gordura e ter parceria".
Por fim, o levantamento mostra 392 crianças na fila por uma vaga em creche. "Com a unidade no Residencial Pacaembu, queremos diminuir esses números a curto prazo, projetando zerar essa fila o quanto antes", finalizou.
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