Empresa revela que entrará com ação contra decreto liberando 'alternativos'
ROGÉRIO MATIVE
Em 29/10/2020 às 16:05
Desde a madrugada, funcionários da empresa iniciaram greve diante de seguidos atrasos no salário
(Foto: Sérgio Borges/NoFoco)
Principal argumento utilizado pela concessionária Prudente Urbano nos últimos meses, o possível déficit financeiro provocado pela pandemia do coronavírus não existe. É o que afirma a Prefeitura de Presidente Prudente, em decreto que liberou o transporte alternativo, considerado ilegal, durante a greve dos funcionários da empresa, que teve início nesta quinta-feira (29).
Contra a medida que autorizou motoristas por aplicativos, taxistas, mototaxistas e até mesmo condutores de vans escolares façam paradas nos pontos de ônibus para embarque e desembarque de passageiros, a Prudente Urbano promete acionar o município judicialmente.
Déficit inexistente
De acordo com a Prefeitura, foi contratada uma perícia contábil para apurar a real situação financeira da concessionária. Contudo, até o momento, não foram encontradas evidências do tal suposto déficit no caixa da empresa, que teria sido motivado pela redução de linhas e horários diante da queda do número de passageiros.
A afirmação da Prefeitura contraria todos os argumentos apresentados pela Prudente Urbano à imprensa e em processos judiciais que buscam o aumento da tarifa do transporte coletivo, além da suspensão de infração imposta pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).
No decreto, a Prefeitura afirma que a empresa não tomou providências "para assegurar a manutenção dos serviços essenciais, ainda que com sua redução". Ainda no documento, a Semob é acionada para que seja cumprida uma determinação pela volta da frota de veículos em sua totalidade "dando pleno conhecimento à população".
Vai entrar na Justiça
Contra o decreto publicado pela Prefeitura, a empresa de transporte coletivo promete entrar com ação judicial. "A assessoria jurídica da empresa entende que esse decreto é ilegal, pois a empresa possui contrato com o município de exclusividade no transporte público. Quanto a aplicativos, vans escolares e transporte clandestino, não precisa de autorização porque isso está ocorrendo com frequência e é um requerimento frequente da empresa solicitando fiscalização", diz a Prudente Urbano, em nota.
"O que está em cheque nesse momento é salário dos funcionários e manutenção dos seus empregos. Essa medida do município prejudica não só o transporte público, como também os funcionários da empresa que podem perder seus empregos. A empresa tomará medidas judiciais cabíveis", finaliza.
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