Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Podas em excesso? Semea abre diálogo para evitar descaracterização de árvores

ROGÉRIO MATIVE

Em 21/09/2024 às 01:30

Podas drásticas podem comprometer saúde das árvores

(Foto: Rogério Mative/Portal)

Feitas para preservar os fios de alta tensão ou como ornamentação, as podas podem ser prejudiciais se feitas em excesso culminando na descaracterização ou na morte da árvore. Em Presidente Prudente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semea) busca encontrar um ponto de equilíbrio com a concessionária Energisa para evitar cortes bruscos dos troncos das espécies plantadas em passeios públicos.

Ao relatar o descontentamento com os serviços realizados no Flamboyant que fica na calçada do seu restaurante, o empresário André Luís de Almeida revelou o receio da partida precoce da árvore que virou ponto turístico na Avenida Whashington Luís.

"Fazemos adubação e as podas necessárias sempre tomando cuidado com pragas. O único 'porém' que a gente enxerga hoje é a poda feita em função da fiação elétrica. Fazem uma poda muito agressiva, um V violento que coloca em risco a árvore. A gente acha que um dia a árvore pode morrer por isso", lamenta.

De acordo com a Energisa, as podas realizadas pela empresa têm como objetivo exclusivo desobstruir os fios da rede elétrica do contato com os galhos das árvores. "Os trabalhos executados pelos profissionais da distribuidora são para manter a segurança da população, do sistema elétrico e da qualidade do fornecimento de energia para os clientes, já que o contato dos galhos com os fios elétricos pode provocar curtos-circuitos e impactar o fornecimento de energia".
 
A empresa sustenta que as equipes passam por treinamento para o manejo correto da vegetação. "Retirando somente a parte que está próxima à rede elétrica, seguindo as normas ambientais vigentes e de segurança".

 Flamboyant perdeu parte da sua copa central após podas drásticas | Foto: Maycon Morano/Cedida

Apesar de não ser o caso do Flamboyant, com indícios de ser o primeiro a ocupar o espaço, a Energisa diz que o cuidado deve começar desde o plantio das árvores, observando a distância correta em relação à rede de energia elétrica, a altura, o raio da copa que a árvore vai atingir na fase adulta e a espécie adequada para área urbana. "Por isso, antes de plantar em qualquer espaço público, é fundamental consultar a Prefeitura para saber das orientações necessárias, inclusive em relação à rede elétrica".

Em diálogo

O secretário municipal de Meio Ambiente, Bill Paschoalotto, pontua que a Pasta realiza um trabalho em conjunto com a concessionária de energia buscando minimizar os efeitos colaterais nas árvores. "O trabalho deles é livrar a fiação para que não tenha uma queda da rede elétrica ou acidentes. Estamos auxiliando nessa questão do recolhimento dos galhos, que acabam deixando pela cidade, e também na orientação no tipo de poda. É conseguir fazer a poda e preservar a estética e estrutura para que ela possa sobreviver", diz.

"Caso contrário, acaba picando toda a árvore até que uma hora ela não tem mais condições de viver. Na Avenida Ana Jacinta, no canteiro central, muitas árvores foram podadas de uma forma totalmente errada e acaba prejudicando a sobrevivência das espécies". 

Segundo ele, a poda drástica abre portas para o surgimento de doenças. "De forma irregular, tem a questão dos fungos que acabam prejudicando a árvore e fazendo com que ela venha a ter um problema futuro", finaliza.

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