ROGÉRIO MATIVE
Em 28/10/2020 às 19:53
Em abril, a categoria chegou a paralisar os serviços pelos mesmos problemas
(Foto: Arquivo/Sérgio Borges/NoFoco)
Fim do prazo. Sem a quitação dos benefícios atrasados e com o silêncio adotado pela Prudente Urbano, o transporte coletivo de Presidente Prudente sofrerá a segunda greve neste ano. De acordo com o Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Prudente e Região (Sintrattepp), a paralisação teve início na madrugada desta quinta-feira (29), antes da saída dos veículos da garagem.
Nesta semana, a categoria aprovou a greve diante do cenário caótico que enfrentam nos últimos meses. O vale-alimentação referente ao mês passado, no valor de R$ 500, foi pago pela metade.
Já neste mês, os funcionários aguardam pelo benefício desde o dia 21. Em relação aos salários, o atraso chega a ultrapassar cinco dias. Cabe lembrar que parte dos empregados é bancada pelo governo federal por meio da Medida Provisória 936, durante a pandemia.
O prazo dado à empresa foi de 72 horas para o pagamento da dívida. Contudo, de acordo com o sindicato, não houve movimentação da concessionária até o início da noite desta quarta-feira (29) e, assim, "a greve está mantida".
Durante o dia, representantes da empresa e da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), além de integrantes do alto escalão do Executivo, estiveram reunidos, conforme apurou o Portal.
Antes, a Prefeitura havia prometido buscar "soluções legais" para cooperar com a Prudente Urbano a fim de evitar a greve, além de estudar uma forma de socorrer a concessionária financeiramente.
O contrato de concessão não estipula o repasse de subsídios dos cofres públicos à concessionária.
Outra vez
Em abril, a categoria chegou a paralisar os serviços pelos mesmos problemas. Mas, uma manobra da empresa conseguiu "furar" o movimento grevista.
Desta vez, o sindicato afirma que há relatos de assédio moral.
Diz não ter dinheiro
Na segunda-feira (26), após a decisão tomada pelos funcionários, a Prudente Urbano afirmou que não dispõe de recursos para honrar seus compromissos com os trabalhadores "de forma unilateral", como fez até o momento. Ou seja, aguarda por ajuda da Prefeitura para quitar as dívidas.
Julgamento teve início
Multada pela Prefeitura por retirar linhas sem autorização durante a pandemia, a Prudente Urbano entrou com ação judicial visando anular a infração e, desta forma, impedir um possível início de processo para a rescisão contratual por meio de intervenção municipal. Em primeira instância, o pedido foi negado.
Em recurso movido no Trbunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), o julgamento virtual teve início nesta quarta.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da concessionária, contudo, não obteve resposta até a publicação desta matéria.
O espaço segue aberto.
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