Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Espetáculo "Atenção, Respeitável Público" é apresentado em praça da Vila Operária

Da Redação

Em 19/05/2023 às 10:08

Espetáculo protagonizado por mulheres palhaças contribui com a diversidade cultural e promove a renovação da tradição circense

(Foto: Diogo Mar)

Uma antiga charanga circense começa da seguinte forma: “E o palhaço o que é? É ladrão de mulher”. Ah, mas os tempos são outros, não é mesmo? Aliás, dentro e fora do picadeiro. Não por acaso, a premiada Damião e Cia, de Campinas (SP), resolveu mudar a pergunta e a resposta. O resultado fica da seguinte forma: “E a palhaça, o que é? É o que ela quiser!”. 

E quem quiser apreciar duas palhaças em ação de encanto e graça, basta assistir ao espetáculo circense "Atenção, Respeitável Público", que será encenado neste sábado (20), às 20h, na Praça da Vila Operária, em Presidente Prudente. Já no domingo (21), a apresentação será às 17h, na Praça da Prefeitura, em Teodoro Sampaio. A entrada é franca.

Em Teodoro Sampaio, a apresentação contará com a participação dos palhaços Custipil de Pinoti (Tiago Munhoz), Dez Pras Sete (Fernando Ávila) e Seu Lavanco (Luis Valente), integrantes do Grupo Rosa dos Ventos, de Presidente Prudente. Na ocasião, o trio apresentará uma cena da montagem "Hoje Tem Espetáculo", que mistura música e palhaçada clássica com o malabarismo.

A peça

A peça promove o encontro entre duas palhaças e um mestre da palhaçaria brasileira. Na cena, temos Fernanda Jannuzzelli (Begônia) e Lara Prado (Brigite), sob a direção de Pereira França Neto, o Palhaço Tubinho. Aliás, esse é o primeiro destaque do espetáculo em cartaz: colocar a mulher no centro do picadeiro, possibilitando-a apresentar à plateia as potencialidades da graça feminina. O recado é dado!

“Um espetáculo protagonizado por mulheres palhaças contribui com a diversidade cultural e promove a renovação da tradição circense. Quando duas palhaças recriam esquetes tradicionais, que estão há décadas sendo reproduzidos, elas nos mostram como a tradição circense é porosa e aberta a mudanças e adaptações que acompanham as transformações da nossa sociedade”, destaca Pereira França Neto.

O espetáculo nasce justamente com esse propósito: revitalizar esquetes cômicos baseados na tradição circense de picadeiro a partir da transposição do contexto dos números para os dias atuais. 

Como ponto de partida, as atrizes da Damião e Cia se utilizam da essência da dupla cômica Branco e Augusto, bastante clássica nos circos brasileiros, para inspirar as relações criadas entre as duas palhaças que, em meio a muitas confusões e trapalhadas, cumprem o propósito de fazer rir e encantar.

“Nós buscamos essa revitalização principalmente por sermos palhaças mulheres representando esquetes que, em um passado recente, foram majoritariamente dominados por palhaços homens. Esse fato cria um discurso cênico que afirma a potência contida no humor da palhaçaria feminina, além de demonstrar a força e a atualidade dessa tradição cômica do nosso país”, conta Lara Prado.

E o que os espectadores podem esperar da encenação? Contando sem muito revelar, a montagem é concebida a partir de dois esquetes e um interlúdio. Spoilers à vista: quem for ao espetáculo assistirá ao O Elevador, extraído da obra do escritor e historiador de circo francês Tristan Rémy, bem como ao hilário e popular Show de Pulgas e ao misterioso quadro "A Levitação".

“A minha contribuição ao espetáculo foi no sentido de ampliar o repertório de piadas e gags da dupla e também pontuar os momentos dos esquetes que precisavam estar melhor estruturados para a total compreensão do público.  O meu olhar como diretor é sempre para o público. E o da Damião e Cia, também. Por isso, conseguimos realizar um trabalho certeiro e eficiente”, reconhece o diretor.

Não à toa, o espetáculo se configura em uma representação extremamente versátil, sendo possível de ser encenada em diversos tipos de espaços e tendo como público-alvo espectadores de todas as idades e classes sociais. “Amamos estar em cena fazendo esse tipo de linguagem. Mas, acima de tudo, amamos estar em contato com a plateia. Apenas esse encontro já dá sentido ao nosso ofício”, reconhece Fernanda Jannuzzelli.

A Damião e Cia

A Damião e Cia é um grupo de pesquisa e criação em teatro e circo fundado em 2012 por artistas bacharéis em Artes Cênicas pela Unicamp. A companhia fundamenta sua linguagem no estudo das mais variadas formas de teatro popular, buscando a valorização da tradição, assim como sua reinvenção em prol do diálogo com a contemporaneidade.

Ao longo de sua trajetória, o grupo produziu os espetáculos As Presepadas de Damião (Mario Santana, 2012), Atenção, Respeitável Público (2012), Estrela da Madrugada (Mario Santana, 2013), Burundanga – a revolução do baixo ventre (Fernando Neves, 2018), Andante (Cia Markeliñe/Espanha e Damião e Cia, 2019), As Desventuras do Capitão Rabeca (Tiche Vianna, 2019) e Gran Cirque Brado (Thiago Sales, 2022), em parceria com o Circo Caramba, e Trupica Coração (Kátia Daher, 2022).

Os espetáculos do grupo são criados para diferentes espaços de representação e buscam a comunicação com um público heterogêneo, de modo a proporcionar a expansão do universo simbólico e criar rupturas no cotidiano, possibilitando encontros e trocas.

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