Estado sinaliza 2ª liberação de recursos para ponte do Mandaguari

Após uma década de vários pedidos e frustrações, o Governo do Estado de São Paulo sinaliza que deve liberar - mais uma vez - verba para construção de ponte de concreto sobre o Rio Mandaguari, na Estrada Sete Copas, zona rural de Presidente Prudente. Em 2018, a gestão de Nelson Bugalho (PSDB) decidiu remanejar os recursos para obra em outro local.

Desde então, moradores e produtores rurais sofrem com diversas promessas feitas: de políticos locais a deputados sem ligação com a região. Já durante meses de chuva intensa, com o medo da ponte ser levada pelas águas.

Na insistência

Pela terceira vez em menos de cinco meses, o prefeito Ed Thomas (PSB) visitou a sede da Defesa Civil do Estado em busca de destravar o empreendimento público. "O trecho é utilizado diariamente por moradores tanto de Prudente quanto de municípios vizinhos, sendo uma importante via para escoamento de produtos provenientes da agricultura familiar", pontua.

Na briga pelos recursos, ele ganhou apoio do deputado estadual Mauro Bragato (PSDB), que já tinha trabalhado na primeira liberação de recursos. Segundo o tucano, o Estado sinalizou positivamente para o envio do valor necessário.

"Articulei uma reunião entre o secretário-chefe estadual da Casa Militar e Coordenador da Defesa Civil, Walter Nyakas Júnior, e o prefeito Ed Thomas, para retomar as conversas para liberação de recursos para a construção de ponte sobre o córrego Mandaguari, e recebemos a sinalização de que o Estado liberará recursos para a obra", diz.

Agora, a Prefeitura apresentará um novo projeto para que a Defesa Civil inicie o processo de regulamentação da obra. "Por meio de nossas secretarias, já demos início aos estudos para a retomada do projeto. Estamos empenhados. É um problema que deveria ter sido solucionado há muito tempo, mas não foi. Nós resolveremos”, promete o prefeito.

"Essa é uma luta antiga que vinha trabalhando junto ao executivo prudentino. Esse projeto irá favorecer o escoamento da produção agrícola e facilitar a vida de dezenas de famílias que moram no bairro rural", fala Bragato.

Novela de muitos capítulos

A novela começou ainda em 2013, após várias promessas feitas pelo Governo do Estado. Contudo, o valor de R$ 1,2 milhão foi liberado durante as comemorações do centenário da cidade.

Mas, Bugalho decidiu empenhar o recurso para a construção de uma outra ponte, na estrada rural PSP-442, Bairro Ponte Alta, proximidades do Conjunto Habitacional João Domingos Netto.

Diferentemente dos 42 metros de dispositivo no Mandaguari, pelo mesmo valor, foi construída uma ponte de 24 metros de comprimento por oito metros de largura. A justificativa, na ocasião, foi a falta de licença ambiental no projeto original.

A medida tomada criou atrito entre Bugalho e o vereador Mauro Neves (Podemos, que antes estava no PSDB). Nas redes sociais, rendeu até zombaria da Prefeitura em comentários de internautas cobrando a realização da obra no Mandaguari.

Já no ano passado, os capítulos tiveram início em janeiro, quando a ponte foi danificada por uma forte enxurrada. Na ocasião, o prefeito em exercício, Douglas Kato (PTB) - eleito vereador para o atual mandato -, anunciou a destinação de verba por meio do deputado Mauro Bragato. Segundo ele, já havia até autorização do Governo do Estado. 

Contudo, o tempo passou e a promessa caiu no esquecimento. Em julho, foi a vez do ex-prefeito Nelson Bugalho (PSDB) afiançar novamente a construção do novo dispositivo com direito à solenidade no Centro Cultural Matarazzo chancelada com a presença de produtores rurais convidados para o anúncio de emenda parlamentar do deputado federal Alexandre Leite (DEM).

"Agora, essa ponte sairá do papel. Esse projeto será concretizado", garantiu Bugalho, ao prometer a obra pela terceira vez. No fim do ano, o ex-secretário municipal de Obras, Paulo Vasconcelos, chegou até a anunciar a obra para o começo de 2021, garantindo que toda parte burocrática estava com os prazos em dia.

A esperança dos moradores e produtores rurais era a emenda parlamentar. Porém, a Prefeitura de Prudente revelou que nenhum recurso havia sido empenhado até então.