Sem cana, equipamentos de usina podem parar no exterior

Após encerrar as atividades em 2014, depois de enfrentar grave crise financeira, e ser arrematada em leilão para pagamento de dívidas, a Usina Floralco de Flórida Paulista pode ser desmontada e ter seus equipamentos vendidos para países da  América Latina e África.

A unidade produtora de açúcar e etanol teve falência decretada em 2017, sendo arrematada em leilão por R$ 54 milhões em 2019.

Com capacidade diária de aproximadamente 230 mil litros de etanol e 15 mil sacas de açúcar, a usina conta com uma fábrica de levedura com geração de de 5,7 toneladas/dia, além de duas linhas de moendas, caldeiras e de produção de vapor e energia elétrica para autoconsumo.

A decisão pela venda do parque fabril da Floralco foi precedida por estudo realizado por uma equipe multidisciplinar que considerou os aspectos industriais, agrícolas, econômicos, jurídicos, sociais e ambientais do negócio. 

"Embora, os equipamentos façam da antiga unidade uma excelente indústria, a região apresenta baixa produtividade agrícola para a cana-de-açúcar e uma concorrência industrial por essa matéria-prima, o que eleva os custos diretos de produção que chegam a representar 85% do seu custo total", explica Milton Ferreira Gomes Filho, CEO da E-Machine, empresa responsável pela gestão da venda dos ativos da usina.

Segundo ele, existem negociações em andamento para aquisição de maquinários e equipamentos com grupos do Brasil, da América Latina e África.

“Ofertas para aquisição e operação no local ainda podem ser avaliadas, contudo, a venda dos equipamentos deve continuar, assim como a oportunidade de adquirir ilhas do negócio como,  a destilaria, a fábrica de açúcar, as caldeiras e os turbogeradores, por exemplo, atendendo às demandas do mercado interno e externo”, complementa.

A expectativa de conclusão de todo o processo de venda é de aproximadamente 180 dias.

Longo processo

A Usina Floralco estava em recuperação judicial desde 2010, com falência decretada em 2017. A usina foi arrematada em leilão por um empresário do ramo têxtil e de construção civil por cerca de R$ 54 milhões. 

Anteriormente pertencente às massas falidas da Floralco Açúcar e Álcool e da GAM Empreendimentos e Participações, a planta tem capacidade de moagem de 1.680.000 toneladas cana/safra e hoje encontra-se à venda tanto a unidade completa quanto os seus respectivos ativos.