Funcionários seguem com benefícios em atraso; frota é mantida em 50%
ROGÉRIO MATIVE
Em 25/06/2021 às 11:58
Adiantamento salarial e vale-alimentação, vencidos no dia 20, seguem em atraso para toda categoria
(Foto: Sérgio Borges/NoFoco)
Em meio à maior crise do transporte coletivo em Presidente Prudente, a concessionária Prudente Urbano intensificou sua postura adotada nos últimos meses: o silêncio total. Nesta sexta-feira (25), a cidade sofre com a paralisação da categoria pelo 10º dia seguido. Com vários benefícios em atraso, os funcionários seguem recebendo o salário do mês a 'conta-gotas'.
Indiferente ao sofrimento vivenciado pelos usuários e ao calvário enfrentado pelos motoristas, a empresa decidiu fechar o diálogo com a imprensa, colaboradores e com a própria Prefeitura.
O mesmo ocorre nos canais de comunicação da concessionária nas redes sociais, que seguem sem um posicionamento sobre as medidas que são tomadas ou estudadas para acabar com a paralisação dos funcionários e, assim, regularizar a oferta de linhas e horários à população.
De acordo com apuração do Portal, a categoria reclama que não houve esforço da empresa em abrir negociação. Cabe ressaltar que a medida fere acordo judicial feito no mês passado, em dissídio movido pela Prudente Urbano.
Nesta semana, mais cinco funcionários receberam o salário do mês, que venceu no dia 8. Atualmente, 25 colaboradores continuam sem perspectivas de quando contarão com os valores em conta.
Já o adiantamento salarial e vale-alimentação, vencidos no dia 20, seguem em atraso para toda categoria.
Sem efeito
Até domingo (27), o serviço vai operar com a disponibilização de 50% da frota, como ocorre em dias normais - o que já é visto como número muito reduzido.
Contudo, a análise feita pelos funcionários é de que a medida tomada, além do atraso na saída dos ônibus em três horas como ocorreu nesta semana, não 'sensibilizaram' a diretoria da Prudente Urbano.
Nada de diálogo
Com a Prefeitura - responsável pela permissão da concessão do transporte e fiscalização da prestação do serviço -, o diálogo também minguou. A disputa agora foi transferida para o campo judicial, com troca de ações indenizatórias entre as partes.
De um lado, a Prudente Urbano cobra R$ 8,5 milhões por suposta defasagem tarifária e reequilíbrio financeiro mesmo diante de uma das tarifas mais altas do Estado de São Paulo.
Já a Prefeitura quer R$ 500 mil por danos causados pela empresa em decorrência das seguidas greves e falta de ônibus nas ruas.
MPT aguarda resposta
Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) aguarda, até segunda-feira (28), pelo posicionamento da Prudente Urbano sobre denúncia de possíveis irregularidades em relação a apresentação de dados sobre gastos e arrecadações à comissão de funcionários formada para acompanhar a situação financeira da empresa durante o acordo para pagamento de benefícios atrasados selado na Justiça do Trabalho.
O prazo foi dado pela procuradora do Ministério Público de Presidente Prudente, Renata Botasso, após receber uma denúncia de que a Prudente Urbano estaria 'escondendo valores' dos trabalhadores ao não apresentar planilhas diárias sobre o balanço financeiro.
Outro lado
A reportagem não obtém retorno de demandas enviadas à empresa. Contudo, o espaço segue aberto para manifestação, sendo a matéria atualizada assim que for enviado posicionamento sobre o assunto.
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